06 jan Tumores Hepáticos Pediátricos mais comuns
As neoplasias hepáticas na população pediátrica podem ser malignas ou benignas. A neoplasia hepática maligna mais comum é a metástase: disseminação de tumor proveniente de um outro foco inicial. As neoplasias hepáticas primárias representam uma porcentagem pequena de tumores sólidos que ocorrem em crianças, sendo o HEPATOBLASTOMA e o CARCINOMA HEPATOCELULAR as neoplasias primárias malignas mais comuns, representando cerca de dois terços de todas as neoplasias hepáticas pediátricas.
O HEPATOBLASTOMA é o tumor hepático primário mais comum em crianças e suas células se assemelham ao fígado embrionário. A maioria dos casos se manifesta nos dois primeiros anos de vida e são poucos os casos congênitos ou diagnosticados após os cinco anos de idade. É descrita uma ligeira predominância de ocorrência em homens. A apresentação típica é uma criança com menos de três anos de idade com massa abdominal, anemia e vômitos. A ressecção cirúrgica completa continua sendo o objetivo da terapia atual para hepatoblastoma, tanto como primeiro tratamento ou após a quimioterapia neoadjuvante.
A causa exata do hepatoblastoma em crianças é desconhecida – sabe-se, de toda forma, que a prematuridade e o baixo peso ao nascimento são associados ao risco de desenvolver a doença. Porém, como não são fatores controláveis pelos pacientes, não há uma forma de prevenção.
O CARCINOMA HEPATOCELULAR é menos frequente que o hepatoblastoma, representando cerca de um quarto das neoplasias hepáticas pediátricas e se apresenta com dois picos de incidência: o primeiro entre 0 e 4 anos e o segundo entre 10 e 14 anos. As condições predisponentes incluem fibrose hepática e cirrose secundárias a doença hepática metabólica, hepatite viral, atresia biliar extra-hepática, nutrição parenteral total e fibrose induzida por quimioterapia.
Dr Walberto Souza
CRM-SC 9763| RQE 7808 – Cirurgião Pediátrico