Walberto Souza | ENTEROCOLITE NECROSANTE
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ENTEROCOLITE NECROSANTE

ENTEROCOLITE NECROSANTE

A enterocolite necrosante é uma lesão na superfície interna do intestino, chamada de mucosa intestinal. Em 90% dos casos, esse distúrbio ocorre em recém-nascidos que são prematuros, que estejam gravemente doentes, em uso de alguns medicamentos específicos ou cujo peso ao nascimento seja baixo.

A causa está parcialmente relacionada à imaturidade intestinal juntamente a um fluxo de sangue diminuído para o intestino, o que pode provocar lesões na mucosa intestinal. Essas lesões permitem que bactérias que normalmente existem dentro do intestino penetrem a parede intestinal lesionada e, depois, entrem na corrente sanguínea do recém-nascido, causando uma infecção neste intestino: a enterocolite. Se a lesão avançar através de toda a espessura da parede intestinal (causando necrose) e esta vir a perfurar, o conteúdo intestinal vaza para a cavidade abdominal do recém-nascido, podem levar a um quadro grave de peritonite (inflamação do peritônio, membrana que reveste os órgãos intra-abdominais).

SINTOMAS
O recém-nascido pode desenvolver distensão abdominal, pela saída do conteúdo intestinal e de ar para a cavidade abdominal e piora clínica generalizada que se agrava progressivamente até o correto diagnóstico e o tratamento adequado ser instituído.

DIAGNÓSTICO
A avaliação por parte de uma equipe de neonatologistas experiente e a solicitação de avaliação para um cirurgião pediátrico são cruciais para o diagnóstico. Alguns exames de imagem como radiografias do abdômen ou ultrassonografia podem ajudar a definir o melhor tratamento a ser realizado.

TRATAMENTO
Quando não há a perfuração intestinal, sendo apenas a enterocolite o que afeta o RN, a alimentação é suspensa, um tubo de sucção é inserido no estômago do recém-nascido para remover o conteúdo estomacal, o que diminui a pressão e ajuda a evitar os vômitos, nutrição especial, líquidos e antibióticos são administrados por via intravenosa para tratar a infecção.

Mais de 75% dos casos não precisam de cirurgia. Contudo, se houver perfuração intestinal ou caso uma parte do intestino esteja gravemente afetada (em necrose), a cirurgia envolve a remoção da parte do intestino afetada e a limpeza do abdome do RN para retirada de conteúdo intestinal e controle do quadro infeccioso. As extremidades do intestino saudável serão recanalizadas ou trazidas à superfície da pele da parede abdominal para criar uma abertura temporária (jejunostomia, imeostomia ou colostomia) a depender das condições clínicas deste RN durante o ato operatório.

Dr Walberto Souza
CRM-SC 9763| RQE 7808
Cirurgião Pediátrico

ATENDIMENTO
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